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29 de junho de 2021

Reserva para entrar na oferta de ações da Smartfit inicia hoje


Começa hoje (29) o período de reserva para pequenos investidores comprarem ações da Smartfit antes da estreia na bolsa, prevista para 14 de julho, com o código SMFT3. O prazo acaba em 9 de julho. A rede de academias também é dona da Bio Ritmo e está em um dos mercados mais afetados pela covid-19.

Em março, 14% da base de clientes da companhia na América Latina estava com os planos congelados. A receita líquida caiu quase 40% nos primeiro trimestre de 2021 em comparação aos primeiros três meses de 2020, quando a pandemia ainda estava no início, somando apenas R$ 371 milhões. O prejuízo atingiu R$ 144 milhões.

Contudo, a empresa confia que essa é uma fotografia que está ficando no passado. Após a pandemia, a Smartfit espera retomar a “trajetória de consolidação no mercado fitness da América Latina, em todos segmentos do seu ecossistema onde atua”. No começo de março, a companhia acertou a compra da Just Fit, rede com 27 academias em São Paulo. O negócio ainda não teve o valor divulgado.

A oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) é primária, quando são emitidas novas ações e o dinheiro vai para o caixa da empresa. Com o dinheiro captado, Smartfit planeja retomar o plano de crescimento das academias, adquirir ações da Smartexp, aproveitar oportunidades de aquisições estratégicas e investir em iniciativas para o desenvolvimento e fortalecimento do ecossistema fitness da companhia.

Para fazer a reserva de ações da empresa, basta o investidor avisar a corretora quantas ações gostaria de comprar no IPO e por qual preço. O valor mínimo para participar da primeira venda de papéis da Smartfit é de R$ 3 mil, e o máximo, de R$ 1 milhão.

A companhia definiu o intervalo indicativo de preço por ação entre R$ 20 e R$ 25. Nas ofertas, as empresas e os bancos coordenadores testam uma faixa de valor. Se a venda acontecer no preço mais alto, significa que a demanda pelas ações foi grande. Já se for no valor mais baixo, houve menos interesse pelos papéis.

O preço será fixado em 12 de julho. A operação pode levantar quase R$ 3,4 bilhões, considerando todos os lotes e o teto da faixa. A oferta é coordenada por Itaú BBA, Morgan Stanley, BTG, Santander e Banco ABC.

Cuidados para investir

Investir em IPO é cilada se o investidor não entender a fundo o que está comprando, segundo analistas. Na avaliação deles, em geral, é mais seguro comprar ações de empresas já listadas, porque as companhias tendem a ter mais histórico de números e a se comunicar melhor com o mercado.

Mas há boas (só que mais raras) oportunidades nas ofertas para quem estiver disposto a estudá-las com atenção. Empresas que estreiam na bolsa são como “small caps”, termo em inglês usado para se referir a ações de empresas consideradas menores quando comparadas às gigantes da bolsa.

Por estarem ingressando no mercado, essas companhias podem ter um futuro promissor pela frente, com alto potencial de crescimento e bom retorno para os acionistas. Muitas delas são inovadoras ou atuam em setores ainda não consolidados. E a vantagem de investir no IPO é a chance de conseguir um preço ainda mais barato pela ação.

Por outro, pode ser uma aventura de dar frio na barriga. Isso porque são ações que apresentam maior risco e volatilidade, além de terem menor volume de negociações na bolsa, ou seja, pode ser difícil vender os papéis sem ter que “dar desconto”. Isso faz com que essas ações sejam mais indicadas para quem pode deixar o dinheiro investido em longo prazo.

Da mesma forma que podem ter um ótimo crescimento, isso pode simplesmente não acontecer, e o investidor pode perder muito dinheiro. Analistas aconselham só participar de IPOs de companhias de setores totalmente novos na bolsa, ou cujas ações estão mais baratas do que as das concorrentes já listadas.

É preciso conhecer as perspectivas para o setor, como a empresa ganha dinheiro, quais são as suas vantagens competitivas e quais são os riscos para o seu negócio. Para saber se o papel está barato na oferta, é preciso analisar múltiplos como o preço sobre o lucro.

Nada disso é simples. Os analistas levam dias para avaliar se vale a pena participar do IPO de uma empresa. Casas de análises como a Levante, a Suno Research e a Eleven Financial produzem relatórios pagos com essas avaliações para pequenos investidores.

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